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CERIM 50 Anos - 1975 O melhor que se pode fazer

São do ituano Francisco Martins, 64, os principais relatos sobre a construção de nossa sede, contratado em março 1975, quando tinha apenas 21 anos, coube a ele nos contar as histórias escondidas no silêncio de nossas paredes.

 

Entre os colaboradores que compõem nosso quadro profissional atualmente, ele é o único que acompanhou a obra e ainda fez parte da construção do prédio de nossa sede, auxiliando na instalação da rede elétrica do prédio no final dos serviços.

 

Sobre o momento da inauguração ele contou, “era tudo muito diferente, o trabalho não estava terminado, o almoxarifado nem tinha porta”. Chama-lo de Francisco Martins causa estranhamento em muitos de nós, todos o conhecem como China, apelido que recebeu ainda no seu primeiro emprego, quando foi frentista em um posto de gasolina na Rodovia Castelo Branco.

 

As memórias e depoimentos de China nos permitem visualizar o cenário do passado da cooperativa, muito além da construção da sede, ele é um dos poucos que pode falar sobre o período em que, na ausência de um caminhão, os postes eram puxados por cavalos e levantados pelas mãos de quatro ou cinco homens, “uma vez estávamos erguendo um poste próximo de uma represa no bairro Moreiras, e o poste acabou caindo e rolando pra dentro da água, o presidente da época viu nossa situação, e percebeu que já não dava para continuar sem um caminhão”, conta China, depois da compra do veículo ele diz que todos os colaboradores deslocavam-se em cima da caçamba, junto com os postes por conta da falta de espaço na cabine.

 

China foi contratado por intermédio do irmão, Benedito Martins, um de nossos eletricistas na época, ele confessa ter ficado surpreso com a rotina de trabalho, “era tudo pesado, um serviço bem pesado, fiquei assustado, mas resolvi ficar” e visivelmente emocionado desabafa, “às vezes as pessoas dizem que pela falta de conhecimento nós trabalhávamos de maneira errada, eu não concordo, porque uma coisa que começa errado não duraria 50 anos”.

 

China é uma parte viva da nossa história, são poucos aqueles que podem contar sobre a dificuldade de convencer os moradores da região a se associarem à CERIM, segundo ele, todos achavam que a energia elétrica era apenas um sonho muito distante, impossível de ser realizado por aquele grupo de homens que não possuía todos os conhecimentos necessários para tal façanha, China viu o sonho se tornar realidade e depois de 14 anos de trabalho foi desligado da empresa.

 

Mas ele ainda testemunharia muitos outros momentos da história, em novembro de 1998 foi readmitido e aqui permanece desde então, juntando as duas contratações ele soma 35 anos de trabalho na CERIM, pode se ver a emoção em seus olhos quando ele diz, “é minha segunda família, criei minha filhas com o que ganhei aqui”. Hoje, China não é apenas o pai de Priscila e Michelle, é também o avó do Davi e da Isabella, uma família fruto da união com Roseli.

 

Sobre a profissão que determinou os rumos da sua vida ele diz, “eu era um cara novo, quando a gente é novo a gente não escolhe, a gente abraça a oportunidade que aparece, hoje eu amo o que faço” e para os colegas mais novos seu conselho é “só digo uma coisa para esses meninos, amor, é necessário ter amor pelo que se faz”.

 

China no primeiro caminhão comprado pela CERIM em meados da década de 70. Foto: Arquivo pessoal China.

 

China em meados dos anos 2000. Foto: Arquivo CERIM.