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CERIM 50 Anos - 1991 (Parte 1) Tocando em Frente

Eis uma tarefa complicada, encontrar as palavras certas para ocuparem o espaço onde deveria estar a entrevista de Ivair Antônio Corsi, 48, eletricista contratado em 1991. Mais um daqueles colaboradores que possuem uma história de vida que se confunde com a da CERIM, mas seja por timidez ou por sua incapacidade de falar sério, essa entrevista foi adiada diversas vezes, sempre com a promessa de ser realizada brevemente, mas a última promessa não foi cumprida, Ivair faleceu em 17 de junho.

 

17 de junho não foi apenas uma data de luto colossal pra todos nós, foi sem dúvida o dia mais silencioso de toda a nossa história, a ausência de Ivair nos deixou uma quietude profunda, quebrada apenas pelas graves e embargadas vozes de seus colegas eletricistas, que naquela tarde se reuniram para uma oração em sua memória, tudo muito triste, as lágrimas pareciam ter vontade própria, impossível segura-las.

 

Nada destoa mais da pessoa que Ivair foi que esse ambiente silencioso e enlutado, se procurássemos a melhor forma de descrevê-lo, poderíamos dizer que ele se assemelhava com aquele boiadeiro da canção, sempre levando um sorriso no rosto, porque já chorou demais, sorriso que era sua marca registrada.

 

Nesse momento, todos nós nos agarramos às lembranças desse sorriso para tentar minimizar a dor que a sua partida deixou, e diante da impossibilidade de publicar uma entrevista com ele, pedimos licença para usar uma de suas (e ele tinha muitas) frases mais famosas; “quem parte deixa saudade”.

 

Permanecemos aqui, com a custosa responsabilidade de seguir a vida, tocando em frente, acompanhados desse silêncio incomodo e dessa brutal saudade, nos esforçando ao máximo para seguir o exemplo de Ivair, e levar sempre um sorriso, ainda que chorando demais.

 

Coisas da vida, num dia a gente chega, no outro vai embora.

 

 

Ivair no íncio da década de 90.